Governo reage à crise de dividendos na Petrobras com discursos conflitantes
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O governo federal respondeu nesta segunda-feira, 11, à crise dos dividendos na Petrobras com discursos simultâneos e conflitantes a mais um dia em que a mão do Estado pairou sobre a empresa.
Ao final de uma reunião de mais de três horas no Planalto, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de diretores da estatal e de membros do governo, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) garantiam que a governança da petroleira estava sendo respeitada na discussão.
Na sexta-feira, 8, a Petrobras perdeu R$ 56 bilhões em valor de mercado com a decisão do conselho da estatal, na véspera, de reter o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas.
Nesta segunda, os ministros admitiram a possibilidade de rever a decisão, como havia sido revelado pelo Estadão/Broadcast no início da tarde. A hipótese de realizar o pagamento teve como efeito imediato a valorização das ações da companhia. Durante a tarde, elas chegaram a subir 1,03% (ON) e 2,33% (PN), após notícias de que Haddad defenderia que o pagamento de dividendos extras renderia R$ 12 bilhões ao caixa do Tesouro.
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O governo federal respondeu nesta segunda-feira, 11, à crise dos dividendos na Petrobras com discursos simultâneos e conflitantes a mais um dia em que a mão do Estado pairou sobre a empresa.
Ao final de uma reunião de mais de três horas no Planalto, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de diretores da estatal e de membros do governo, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) garantiam que a governança da petroleira estava sendo respeitada na discussão.
Na sexta-feira, 8, a Petrobras perdeu R$ 56 bilhões em valor de mercado com a decisão do conselho da estatal, na véspera, de reter o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas.
Nesta segunda, os ministros admitiram a possibilidade de rever a decisão, como havia sido revelado pelo Estadão/Broadcast no início da tarde. A hipótese de realizar o pagamento teve como efeito imediato a valorização das ações da companhia. Durante a tarde, elas chegaram a subir 1,03% (ON) e 2,33% (PN), após notícias de que Haddad defenderia que o pagamento de dividendos extras renderia R$ 12 bilhões ao caixa do Tesouro.
Trechos de sua fala veiculados ao longo da tarde já haviam tratado de derrubar novamente mais um pouco as ações da empresa. O papel ON recuou 1,92%, enquanto a PN teve queda de 1,30%. A íntegra das declarações de Lula — mais do que o discurso afinado dos ministros — deixou claro o norte dado pelo Palácio do Planalto à empresa.
“O que não é correto é a Petrobras, que tinha que distribuir R$ 45 bilhões de dividendos, querer distribuir R$ 80 bilhões. E R$ 40 bilhões a mais que poderiam ter sido colocados para investimento, fazer mais pesquisa, mais navio, mais sonda... Não foi feito”, disse o presidente.
Ao falar sobre a possibilidade de a decisão ser revista, Haddad justificou a retenção dos dividendos extras pela Petrobras como uma tentativa de equilibrar os interesses do País e os dos acionistas.
“O que se fez foi colocar recurso numa conta de remuneração do capital, enquanto se processam as informações necessárias para que o conselho tenha a segurança de que ele vai fazer esse balanço entre distribuição e investimento sem colocar em risco os compromissos com acionistas e o plano de investimentos, que vai gerar desenvolvimento. É um sopesamento que tem que ser feito para que a companhia produza os melhores resultados para si e para o desenvolvimento do País”, disse o ministro.
À noite, Silveira voltou a falar sobre a Petrobras e disse que os membros do governo federal estão unidos e seguem “rigorosamente” a posição de Lula. Ele tentava desfazer a imagem de mal-estar entre uma ala do Executivo, que une Silveira ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, favoráveis à retenção dos dividendos extras, e outra, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, e o chefe da equipe econômica, Fernando Haddad, que defendem o pagamento — ou parte dele.
“Nós todos sabemos da experiência, da altivez e da liderança do presidente, que é o único presidente da história que governa o Brasil pela terceira vez. Nós todos temos juízo e quem tem juízo segue rigorosamente a posição do seu líder”, disse Silveira.
O chefe de Minas e Energia disse que Lula discute “naturalmente como acionista controlador a compatibilização entre o interesse da empresa e o interesse nacional, sempre dentro da mais rigorosa e absoluta compreensão de que a empresa precisa e está sendo cada vez mais valorizada porque nós respeitamos o investidor”. Silveira acrescentou que o governo continuará firme no respeito aos contratos, olhando, principalmente, para a previsibilidade.
Mais cedo, durante a entrevista, Lula indicou que a prioridade da Petrobras, no entanto, precisa ser “pensar no povo”, o que significa abaixar os preços. “Tivemos uma conversa séria com a direção da Petrobras. Tenho compromisso com o povo brasileiro de reduzir o preço do combustível, da gasolina, do gás de cozinha e do óleo diesel. A gente não tem por que ter preço equiparado a preço internacional”, concluiu.
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